Não é novidade que o clima é um fator relevante na lavoura quando o assunto se trata de produção e resultado. Por mais que o produtor da região Sul saiba lidar bem com as fortes mudanças climáticas, neste segundo semestre os gaúchos devem ter “cartas na manga” para poderem minimizar qualquer risco ou adversidade que esta mudança no clima possa oferecer para o cultivo.

O crescimento e recordes alcançados nas últimas safras também estão associadas à evolução da tecnologia no campo. Porém, sempre serão as condições climáticas que decidirão a taxa de sucesso e de produtividade de uma lavoura.

E como fica o clima para os próximos meses?

Os meteorologistas avaliam que, de acordo com os estudos, as condições climáticas futuras não aparentam ser favoráveis. As previsões atuais indicam que não haverá uma recarga hídrica das bacias devido à falta de chuva.

A defesa Civil do Rio Grande do Sul, chefiada pelo coronel Julio Cesar Rocha Lopes, tenta controlar os possíveis estragos provocados por esses fenômenos climáticos trabalhando atentamente no monitoramento dos eventos climáticos que se aproximam do território gaúcho. No momento, o que preocupa as autoridades gaúchas é a estiagem que prejudica o Estado.

Os professores de Agronômia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Nereu Augusto Streck e Dilson Antonio Bisognin , salientam que as mudanças climáticas precisam, cada vez mais, fazer parte das pesquisas de desenvolvimento “Essas plantas precisarão ser mais tolerantes às altas temperaturas, mas não poderão deixar de tolerar o frio extremo. Parece contraditório, mas é unânime: um planeta mais quente também terá ondas de frio mais fortes” — afirma Nereu. Já Dilson, conta que será preciso adequar as plantas aos novos cenários.— É uma preocupação constante porque o aumento da temperatura ainda modificará o comportamento das pragas, das plantas daninhas e das doenças nas lavouras. Existe um enorme potencial de surgirem problemas que não tínhamos nas lavouras — prevê o especialista.

Quanto a chuva já prejudicou a safra 2021?

Com a expectativa de produção nacional de 271,7 milhões de toneladas, a safra de grãos de 2020/21 está sendo prejudicada pela falta de chuvas em diversas regiões do país.

Mesmo com a previsão de safra recorde e com a colheita de soja e milho da safra principal que já está praticamente encerrada, técnicos da Conab preveem uma queda mínima de 2,1 milhões de toneladas por causa do plantio do milho fora da janela ideal, em razão da baixa ocorrência de chuvas. A seca deve afetar principalmente o milho da segunda safra, o feijão e o trigo.

Medidas necessárias

Alguns cuidados e orientações técnicas serão fundamentais quando o assunto envolver clima e safra. O monitoramento das lavouras durante a alta de temperatura e umidade relativa do ar é indispensável já que o clima favorece o aparecimento de doenças fúngicas. A prática de adubação e cobertura do solo também é necessária para o controle de pragas e plantas daninhas.

Dessa maneira, mantendo os cuidados necessários e tendo o acompanhamento de um especialista, o produtor rural só colherá resultados  positivos no fim da safra.