A quantidade de proteína, óleo e umidade da soja tem ganhado cada vez mais relevância. Isso porque a China – o país que mais compra a commodity no mundo – está requerendo teores avançados desses três ingredientes. No caso da proteína, o pedido é que varie entre 40% e 44%. No óleo, deve estar entre 20% e 22%. Já a umidade precisa cair de 14% para 13%.
Desta forma, tecnologias de análise podem ajudar a mensurar esses valores e, ainda, auxiliar o produtor na gestão de procedimentos de manejo. Um exemplo de solução que vai a esse encontro é o SpecFIT, equipamento produzido pela Fine Instrument Technology (FIT) em parceria com a Embrapa Instrumentação.
O equipamento utiliza ressonância magnética para fazer a medição. De acordo com a CEO da empresa, Silvia Azevedo, o processo ocorre de modo não destrutivo, sem gerar resíduos e nem utilizar produtos químicos. Assim, coloca-se uma pequena amostra do grão que chega à cooperativa ou outro destino (cerca de 20 gramas) sem a necessidade de tratamento prévio e, em menos de um minuto, ele informa o percentual de proteína, óleo e umidade.
Ao contrário da metodologia de análise de grãos mais consolidada, de infravermelho, a conduzida pelo SpecFIT não precisa ser feita por um especialista. No entanto, conforme Silvia, a principal vantagem é o número reduzido de calibrações necessárias. “Com o infravermelho, para manter uma curva de análise confiável, é preciso analisar o grão ou a semente cerca de 200 vezes e, caso mude o fornecedor da soja ou a safra, é necessário refazer esses pontos porque essa tecnologia é baseada na cor, que muda conforme a incidência do sol na produção”, explica. Já a ressonância magnética examina o interior do grão, indo no nível do átomo do hidrogênio. “É menos suscetível à interferência de cor, de luminosidade, de forma, ou seja, não é preciso moer o grão para fazer a análise”.